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Capítulo 139: Assumindo meu posto de rainha!

  — Escuta, amor... Se você se virar para aquele lado, verá muitos feridos. Se preferir, eu posso tirá-los daqui, e você n?o precisará ver. — disse Kay, com um olhar preocupado.

  — Eu vou ver. — respondeu Emilia, firme. — Foi a puni??o que escolhi, ent?o assumo a responsabilidade.

  Kay tocou o rosto dela, seu olhar suavizando por um momento.

  — Você os poupou. Eu ia matá-los. — disse Kay, em um tom sério.

  — Obrigada. — respondeu Emilia, genuinamente grata.

  Kay ergueu a voz, direcionando-se às garotas.

  — Escutem, esses humanos foram atacados pelos ghouls, entenderam? — Ele observava os rostos delas, aguardando uma resposta.

  — Sim! — disseram elas, quase em uníssono.

  As garotas e Emilia se viraram para encarar a cena. Assim que seus olhos captaram o estado dos feridos, elas ficaram apavoradas, tremendo diante da vis?o. Emilia, porém, mesmo sentindo seu cora??o pesar, apertou os punhos e manteve-se firme. Em silêncio, ela caminhou até o trono e se sentou, como se aquela a??o simbolizasse sua aceita??o do peso que agora carregava.

  — Agrade?am por estarem vivos. Por culpa de vocês, eu vi muitos companheiros mortos pelos ghouls! — disse Emilia, sua voz carregada de autoridade.

  Ela virou-se para Kay brevemente antes de dar outra ordem.

  — Lavel, transmita isso para todos neste país, principalmente para as pessoas da capital! — disse Emilia, com determina??o.

  Ela entregou seu celular para uma das garotas, que apontou a camera para ela, tremendo levemente.

  — Está transmitindo? — perguntou Emilia, erguendo a voz.

  — Sim! — respondeu Lavel pelo celular.

  Emilia respirou fundo antes de come?ar a falar.

  — Eu sou a filha do rei anterior. Vocês talvez me conhe?am como Princesa Emilia... ou como a "Princesa Traidora", como meu irm?o me chamou. — Sua voz ficou mais firme. — Estou aqui no castelo para informar que meu irm?o e aqueles que o apoiavam caíram para os ghouls. Como última remanescente da família real, eu irei assumir o trono.

  Ela fez uma pausa, olhando diretamente para a camera.

  — Como minha primeira ordem como rainha, declaro que as ordens que ele deu a vocês n?o precisam mais ser seguidas! O monarca e seu exército caíram, ent?o parem de fazer o que ele obrigava vocês a fazerem. Vocês n?o v?o morrer por desobedecê-lo, mas se insistirem em continuar os atos que ele imp?s, ser?o punidos! — Emilia ergueu o queixo, deixando transparecer sua determina??o. — E como prova de minha autoridade como rainha, declaro que as paredes que cercam a capital ser?o derrubadas. A partir de hoje, a capital n?o estará mais isolada das outras cidades!

  No fundo, Kay acenou para ela com um sorriso. Emilia ficou confusa por um instante, mas logo sentiu um tremor percorrer o ch?o. Ela olhou para ele, surpresa. Kay fez um sinal de positivo.

  As paredes que cercavam a capital ruíram, uma a uma, com um estrondo que parecia ecoar liberdade.

  — Eu sou Emilia, a nova rainha de vocês! — declarou ela. Ent?o estendeu a m?o, chamando Kay para se juntar a ela.

  Kay caminhou em dire??o ao trono e se sentou no lugar destinado ao rei. Ele olhou para a camera e acenou.

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  — Esse é meu marido, o novo rei de vocês, Kay! — disse Emilia, orgulhosa.

  — Oi. — disse Kay casualmente, levantando a m?o em um pequeno aceno.

  — Antes que rumores se espalhem... — continuou Emilia. — Ele é um humano que virou ghoul. Foi ele quem matou o monarca que nos fez sofrer. Meu marido tem a mente de um humano e n?o ferirá ninguém. A autoridade dele é a mesma que a minha. Se forem contra ele, estar?o contra mim. E garanto que isso n?o é algo que vocês queiram! — concluiu, seu tom frio e definitivo.

  Kay levantou-se, aproximando-se da camera.

  — Vamos reconstruir este país como um todo. E aos humanos que vivem em um reino caído, traremos eles para se juntar a nós. Eles passaram pela mesma dor que vocês, mas há séculos. Sejam gentis. — disse Kay, sua voz sincera e poderosa.

  Emilia olhou novamente para a camera, encerrando a transmiss?o com um aceno.

  — Vai ser um prazer ser a rainha de vocês. Espero estar à altura do que meus pais esperavam de mim. Conto com vocês! — disse ela.

  Lavel encerrou a transmiss?o. Emilia desceu as escadas do trono, aproximando-se de Kay.

  — Eu fui bem? — perguntou ela, com um toque de inseguran?a.

  — Foi incrível. — respondeu Kay, sorrindo.

  — Será que eles ficar?o felizes? — perguntou Emilia, abrindo as janelas para tentar vislumbrar a rea??o do povo.

  Kay fechou os olhos dela com delicadeza, afastando-a da janela.

  — Ainda n?o. Pegue seu celular. Eu vou olhar. — disse ele.

  Mira aproximou-se da nobre que segurava o celular.

  — Por que estavam no trono? — perguntou Mira, cruzando os bra?os.

  — N?o podíamos ir contra o rei! — respondeu uma das mulheres, a voz trêmula.

  — Seu lixo. — murmurou Emilia, lan?ando um olhar de desprezo ao irm?o caído no ch?o.

  O príncipe, completamente derrotado, olhou para ela com olhos que imploravam por misericórdia.

  Kay quebrou o silêncio ao perguntar:

  — Como está o estoque de alimentos da capital?

  — Temos reservas para um ano. Os ghouls trouxeram de outras cidades. — respondeu uma nobre.

  Kay sorriu, como se tivesse acabado de ter uma ideia.

  — Para relembrar o nosso primeiro encontro, que tal um festival? — sugeriu ele.

  — Eu apoio. — disse Emilia, sorrindo, pela primeira vez deixando escapar uma ponta de leveza.

  Os dias passaram em um frenesi de preparativos, culminando em uma semana de celebra??es. Agora, no último dia do festival, a base estava em silêncio por um momento, enquanto a manh? ainda despontava no horizonte.

  Kay estava dormindo profundamente na cama. Ao lado esquerdo dele, aconchegadas sob as cobertas, estavam as crian?as, Yuta e Alice, que tinham encontrado nele uma figura protetora e reconfortante. Rem e Mira, por sua vez, permaneciam de pé no quarto, observando-o com express?es pensativas.

  — As pessoas est?o come?ando a se acostumar com ele. — comentou Mira, cruzando os bra?os enquanto olhava pela janela, onde o céu come?ava a clarear.

  — O Kay, por mais que n?o pare?a, é bom em se enturmar com outras pessoas. — disse Rem, com um sorriso discreto.

  — Tem raz?o, mas... ele realmente n?o parece. — respondeu Mira, rindo suavemente.

  Houve uma pausa, até que Rem franziu o cenho, pensativa.

  — Eu estava pensando aqui... Com a morte dos ghouls, o que eles v?o comer agora? — perguntou, preocupada.

  Mira ergueu as sobrancelhas, pegando-se desprevenida com a pergunta.

  — Eu n?o sei! — respondeu, um pouco alarmada. — Pensando nisso agora... fiquei preocupada também.

  Rem suspirou, lan?ando um olhar para Kay, que continuava dormindo tranquilamente.

  — Hoje é o último dia do festival... Sete dias de festa! Ele realmente n?o sabe economizar recursos, né? — disse Rem, balan?ando a cabe?a.

  De repente, o celular de Mira, que estava em sua m?o, vibrou, e a voz artificial, mas clara, de Lavel ecoou pelo quarto.

  — Meu criador já tem um plano para restaurar os alimentos. Tá tudo planejado! — disse Lavel com confian?a.

  Mira estreitou os olhos para a tela do celular.

  — é por isso que est?o gastando como se n?o houvesse amanh?? Mas... esse plano vai funcionar mesmo? — perguntou ela, desconfiada.

  Lavel respondeu imediatamente, com um tom calculado e preciso.

  — Pelos cálculos, vai sim! — disse ele, a confian?a em sua voz parecendo dissipar as dúvidas.

  Rem trocou um olhar com Mira, ainda cética, mas levemente aliviada.

  — Espero que ele saiba o que está fazendo. — murmurou Rem

  — Eu vou preparar o café. Fique de olho para ele n?o rolar por cima das crian?as! — disse Mira, saindo do quarto.

  Rem olhou para a porta, suspirando, e murmurou mentalmente: "Mas geralmente é você que rola na cama. O Kay parece uma estátua imóvel dormindo."

  Ela se voltou para Kay, que permanecia quieto na cama. Por um momento, seus olhos fixaram nele. Ele parecia t?o sereno, e as crian?as, Yuta e Alice, estavam aninhadas ao seu lado, dormindo tranquilamente.

  "Que inveja..." pensou Rem, apertando os lábios. "As crian?as ficam t?o quietinhas com ele, mas comigo... elas choram." O pensamento trouxe uma pontada de tristeza ao seu cora??o.

  Kay, sem aviso, abriu os olhos lentamente. Rem deu um pequeno sobressalto, mas logo percebeu que ele apenas olhou ao redor brevemente antes de fechar os olhos novamente e voltar a dormir.

  "Deve estar exausto... depois de tanto trabalho nesse festival..." pensou Rem. Mas antes que pudesse completar o pensamento, sentiu algo se mover. Um tentáculo se manifestou de Kay e envolveu sua cintura, puxando-a para a cama.

  — Ei! é assim que você faz com minha filha, mas eu sou sua sogra! Me solta! — disse Rem, surpresa e indignada.

  Em resposta, Kay apenas a abra?ou com for?a, ainda profundamente adormecido.

  "Quentinho..." pensou Rem, enquanto sentia o calor irradiar do corpo dele. "Quando foi que o abra?o dele ficou assim? é coisa de ghoul?"

  — Eu te amo... — murmurou Kay, a voz arrastada pelo sono.

  Rem arregalou os olhos.

  — Eu n?o sou minha filha! Guarde essas palavras para ela! — disse ela, com o rosto come?ando a corar.

  — Me desculpa... Me desculpa... — sussurrou Kay, ainda dormindo, enquanto seus bra?os tremiam levemente.

  Rem sentiu o tremor. "Ele está sonhando? Um pesadelo talvez?" pensou ela, preocupada. Antes que pudesse reagir, Kay inclinou o rosto e beijou Rem.

  — Espera! N?o fa?a isso! — exclamou Rem, tentando desviar o rosto, ainda presa pelo tentáculo. Suas m?os empurravam o peito dele, mas ele parecia imutável como uma rocha.

  "O corpo dele está... esquentando? Por quê?" pensou ela, confusa.

  Dois tentáculos adicionais surgiram, mas desta vez n?o eram para ela. Eles se estenderam delicadamente, envolvendo as crian?as e as movendo para o ber?o no canto do quarto. O cuidado com que as colocou fez Rem suspirar de alívio, mas a situa??o ainda a deixava at?nita.

  Ela voltou o olhar para Kay, ainda presa.

  — Acorda! Se continuar assim, eu n?o vou poder encarar vocês dois... — disse Rem, tentando esconder o rubor no rosto.

  A cena muda.

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